sexta-feira, 4 de março de 2011

Alfabeto divino ou celestial







ita Celestial:
A escrita Celestial é o alfabeto hebraico mais antigo, usado pelos hebreus antes do período de exílio na Babilônia, que ocorreu no séc.VI ac. É formado por 22 consoantes e escrito da direita para a esquerda. Seu nome deriva da tradição de que seus caracteres foram vistos pelos antigos sacerdotes hebreus entre os astros do céu.

A seguir, os caracteres do alfabeto celestial, e seus correspondentes:


O Alfabeto dos magos, ao contrário da escrita Celestial é uma variante mais moderna do hebraico quadrado.

Também escrito de trás para frente, esse alfabeto foi muito utilizado em diversos grimoires, principalmente pelos alquimistas, que visavam assim manter ocultas suas fórmulas e anotações dos olhos leigos, embora não fossem muito utilizadas em simbologia, muitas chaves (invocações) eram escritas utilizando-se do alfabeto dos magos na época.


Alfabeto Tebano:

Também chamado Alfabeto Theban, ou Alfabeto das Bruxas. A primeira notícia oficial do alfabeto Theban é em livros de Cornélio Agrippa, em 1521, mas acredita-se que seja ainda mais antigo. Digo isso porque a ausência das letras U/J/W nos mostra que tem origem latina, originado antes de séc.XI. Nunca chegou a ser um alfabeto utilizado com frequencia nos meios Ocultistas. Voltou a ser conhecido e utilizado quando Gerald Gradner (praticamente o criador da wicca - da tradiçao wiccan gardneriana) o reinventou, e por isso, ficou sendo conhecido como "Alfabeto das Bruxas".

Por não ter ligação com o hebraico, não é escrito de trás para frente e é utilizado mais frequentemente por seguimentos wiccans .


Alfabeto Hebraico:

O Alfabeto Hebraico, também chamado de Alfabeto Cabalí¬stico, é o alfabeto mais utilizado e conhecido nos meios Ocultistas, sendo que grande parte dos outros alfabetos místicos são criações dele. O Alfabeto Hebraico foi desenvolvido a partir do séc. VI a. C. e sua criação é atribuída a Esdras.

Segundo a Cabala, as 22 letras do alfabeto hebraico, associadas às dez sephiroth (fluxos de energia) foram a matéria-prima que Deus usou para criar o Universo.
Cada uma dessas 22 letras representa um significado específico e é atribuído um valor numérico, e quando elas se juntam nas mais diversas combinações, seria o mesmo que estar montando uma equação numérica. Dessa equação numérica de significados nasceram os conceitos, as idéias, a natureza e a própria História.

Desse alfabeto, se originou o tarot e está intimamente ligado às sephiroth, à alquimia, a quase todos os símbolos místicos, operações mágickas, magia cerimonial e ocultismo em geral. Também é escrito de trás para frente.


Alfabeto Enochiano:

O Alfabeto Enochiano representa a linguagem angélica que foi transmitida a Dee e Kelly, sendo tão poderosa que teve seus nomes anunciados de trás para frente, de modo a prevenir a conjuração acidental de algumas entidades.

Acreditava-se que a simples pronúncia do nome destas entidades seria suficiente para conjurá-la, ou pelo menos algum de seus aspectos.

Cada letra do Alfabeto Enochiano apresenta sua correspondência planetária, elemental e nos Arcanos Maiores do Tarot, além de seu valor gemátrico.

Para a utilização deste sistema mágicko é imprescindível a correta pronúncia dos nomes e fórmulas.


Alfabeto Futhark (runas):

Trata-se de um dos antigos alfabetos místicos, muito utilizado pelos nórdicos e que é, até hoje, utilizado como oráculo. A palavra runa significa secreto, empregada para indicar um sonho misterioso, uma doutrina oculta ou um escrito hermético. Antes de aprender os caracteres romanos, os antepassados conheciam os signos chamados glifos que compunham a escrita alfabética Futhark, a qual originou as runas.


Alfabeto Ogham:

O Alfabeto Ogham (pronunciado ouam), também chamado de alfabeto duídico sagrado, era o alfabeto utilizado pelos Celtas.

Os Celtas acreditavam que muitas árvores eram habitadas por espíritos, por isso nomearam cada letra de seu alfabeto com um nome de uma árvore em específico. Os antigos Celtas usavam o alfabeto Ogham na realização da magia. Atiravam também paus divinatórios gravados com os símbolos do alfabeto Ogham.

O Ogham era escrito da esquerda para a direita em manuscritos, e de baixo para cima em pedras. A linha central representa um tronco de árvore, e os traços representam os ramos.


Alfabeto Malaquim:

O Alfabeto Malaquim é um dos mais antigos alfabetos místicos existentes. Ele seria uma evolução do alfabeto celestial.

O Alfabeto Malaquim serviu de intermediário para a criação e origem do alfabeto cabalístico como o conhecemos hoje (o alfabeto hebraico). É também escrito da direita para esquerda.


Alfabeto Maçônico / Rosa-Cruz:

O Alfabeto maçônico foi frequentemente usado no sec. XVII, e até hoje muitos praticantes de Ordens Maçônicas o utilizam para se identificarem, ou em seus escritos.


Alfabeto aramaico:

O alfabeto aramaico foi um alfabeto muito difundido na região da Mesopotâmia a partir do século VII a.C., sendo então adotado pelos persas. Foi o dialeto que antecedeu ao hebraico. Sua importância reside no fato de ser o antecessor do alfabeto hebraico, estudando o alfabeto aramaico, consegue-se conhecer a pronunciação dos nomes e dos sons das consoantes que formam o alfabeto hebraico;



Abaixo, o alfabeto utilizado na alquimia:





quinta-feira, 3 de março de 2011

Revelações dos algozes de Che Guevara




A versão dos homens que lideraram a caçada ao revolucionário.

Na última fotografia em vida, Che Guevara é conduzido pelo agente da CIA Felix Ismael Rodríguez (à esq.), que hoje vive em Miami
Na manhã do dia 9 de outubro de 1967, Ernesto Guevara de La Serna, conhecido como “el Che”, em nada lembrava o guerrilheiro altivo e sonhador captado pelas lentes do fotógrafo Alberto Korda. Ao contrário, o argentino Che estava sujo, abatido e a sua aparência, aos 39 anos, era a de um mendigo em farrapos. Ao seu lado, com uma ponta de satisfação no olhar, um jovem de 25 anos exibia sua presa.
Era o cubano Felix Ismael Rodríguez, que foi recrutado pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos para caçar Guevara na selva boliviana. “Comandante, mire al pajarito”, brincou Felix, antes daquela que seria a última imagem de Che ainda vivo. Às 13h10 do mesmo dia, ele foi executado, com um tiro no peito, pelo sargento boliviano Mario Terán. Passados quase 40 anos, Felix, ex-agente da CIA, recebeu a reportagem de ISTOÉ em Miami. Reduto dos 700 mil exilados cubanos na Flórida, a cidade vive a expectativa pela morte de Fidel Castro, gravemente enfermo. “Eu me lembro perfeitamente daquele diálogo com Che”, conta Felix. A penúltima afirmação que saiu dos lábios do guerrilheiro veio recheada de ironia. “Diga a Fidel que logo verá uma revolução triunfante na América.” El Che capturado se sentia traído e abandonado pelo ex-companheiro da Sierra Maestra. A segunda e derradeira frase do guerrilheiro lhe pareceu sincera. “Diga à minha esposa que volte a se casar e trate de ser feliz.” Em seguida, houve um breve aperto de mãos, antes do disparo fatal do sargento Terán. “Che morreu com dignidade”, conta Felix, que atribui a decisão de matá-lo ao Exército boliviano, e não à CIA. “Ele valeria mais vivo do que morto.”
O corpo de Guevara ficou exposto no Hospital Nuestro Señor de Malta, em Vallegrande, onde foi visto por milhares de pessoas. Os olhos estavam arregalados, mas a expressão era serena. Muitos camponeses o compararam a Jesus Cristo. Era o início do mito do Che
Também foi entrevistado outro algoz de Che Guevara. É Gustavo Villoldo, 71 anos, que liderou a expedição da CIA, na Bolívia, em 1967. Do relato de ambos, emerge uma história surpreendente: a que o corpo do guerrilheiro não estaria enterrado no mausoléu de Santa Clara, em Cuba, como diz a história oficial, mas sim numa vala comum em Vallegrande, na Bolívia. “Só eu sei onde estão as coordenadas geográficas”, garantiu Villoldo, que enterrou Che. Ele está disposto a provar o que diz. E essa busca pode ter paralelos com a história de sua conterrânea Evita Perón, cujo corpo perambulou por vários países até ser definitivamente enterrado no bairro da Recoleta, em Buenos Aires.
Assim como no caso de Evita, uma busca pelos restos mortais do guerrilheiro poderá alimentar ainda mais o mito. E hoje, paradoxalmente, a marca Che Guevara é uma das mais valiosas do capitalismo moderno. Está estampada em milhões de camisetas, bonés, bandanas, ímãs de geladeira e – mais importante do que isso – permanece viva no ideário de milhões de jovens sonhadores. “Eles não conhecem nada sobre o verdadeiro Che”, lamenta Felix, que também participou da fracassada tentativa de derrubar o regime castrista em 1961, na invasão da Baía dos Porcos, com a Brigada 2506. “Foi uma das figuras mais cruéis que o século XX produziu.” Uma das histórias que Felix jamais esqueceu é a de um adolescente que havia pichado um muro em Havana com os dizeres “Abajo Fidel”. Dias depois, ele foi sentenciado à morte e sua mãe procurou Che, dizendo que o filho jamais repetiria tal ofensa. Era uma segunda-feira e a execução aconteceria quatro dias depois. O guerrilheiro, que àquela época era o segundo homem mais forte na hierarquia cubana, ouviu pacientemente os argumentos. A mãe, por instantes, pensou ter salvo a vida de seu filho. Foi então que Che se dirigiu a um oficial e disse: “Matem-no hoje para que esta mãe não tenha que esperar até sexta-feira.”
Estimativas extraoficiais indicam que Che Guevara teria participado de cerca de 300 execuções em Cuba, onde viveu de 1959 a 1965. Ao deixar a ilha, ele primeiro viajou à África, onde tentou organizar grupos guerrilheiros no Congo. Depois, regressou à América Latina, com o propósito de liderar uma revolução na Bolívia que poderia se alastrar para países fronteiriços como o Peru, o Chile, a Argentina, o Paraguai e o próprio
Gustavo Villoldo presenciou o enterro de Guevara
Brasil. Aqueles eram tempos de guerra fria e de extremismos, onde matar ou morrer por uma causa era algo que seduzia milhares de jovens. Na selva boliviana, porém, nada deu certo para o grupo de Guevara. Os revolucionários não ganharam a simpatia dos camponeses, na maioria índios quéchuas e aymarás, e um dos primeiros guerrilheiros a ser capturados foi o intelectual francês Régis Debray. Logo depois, seria a vez de Che. “Ele foi um monstro sanguinário, que matava com muito prazer”, diz Gustavo Villoldo, que também aparece nas fotos ao lado do corpo de Guevara, cuja imagem passou a ser comparada à de Jesus Cristo por camponeses bolivianos.
Villoldo foi uma das quatro pessoas que presenciaram o enterro do guerrilheiro, que teve suas mãos cortadas para que se fizesse o teste das digitais. Os outros três foram oficiais bolivianos. Trinta anos depois, no entanto, o governo Fidel Castro conseguiu um acordo com La Paz para que o corpo de Che fosse resgatado e transportado para o mausoléu de Cuba, onde recebe milhares de visitantes todos os anos. Agora, Villoldo não só está disposto a reabrir o caso como também diz ter uma prova. São os fios que cortou da vasta cabeleira do guerrilheiro e que guardou consigo durante décadas. E ele também lembra o fato de que, em 1967, dois corpos foram sepultados com o de Guevara. Em 1997, no entanto, o “Che” resgatado por Fidel saiu de uma tumba onde havia sete cadáveres. Além disso, o corpo seguiu para Havana sem que se fizesse um teste de DNA – bastou uma análise superficial da arcada dentária. “Mortos não se reproduzem”, ironiza Villoldo. “Quero que os quatro filhos dele possam saber onde realmente está seu pai”, aponta. Villoldo, porém, não pretende negociar com o regime cubano. “Posso voltar a Vallegrande, mas com a presença de legistas internacionais para que seja feito um teste sério de DNA.” Além dele, os jornalistas espanhóis Maite Rico e Bertrand de la Grande, que escreveram o livro Operación Che – historia de una mentira de Estado, contestam a versão cubana sobre o corpo do guerrilheiro. Ambos foram elogiados pelo escritor peruano Mario Vargas Llosa, que critica o culto quase fanático ao guerrilheiro latino.
Intelectuais de esquerda como Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir foram a Cuba apoiar a revolução. Para eles, Che personificava a idéia do “homem novo”
Em Miami, tanto Felix Rodríguez como Gustavo Villoldo observam de perto a agonia de Fidel Castro, assim como os milhares de cubanos que vivem na cidade e se reúnem na Calle Ocho, que é o ponto principal da Little Havana. Felix imagina que, após a morte de Fidel, Cuba viverá uma transição inevitável para a democracia capitalista. Villoldo é mais cauteloso. Ele diz que Raúl Castro, meio-irmão de Fidel e hoje o líder máximo cubano, é um tipo pragmático, que tentará uma aproximação com os Estados Unidos. “Cuba necessita de dinheiro e o que ainda mantém vivo o regime é a ajuda da Venezuela”, diz ele.
Segundo estimativas do Instituto para Estudos Cubanos e Cubano-Americanos (Iccas), Hugo Chávez transfere cerca de US$ 2,2 bilhões por ano a Havana. A isso, somam-se a receita com o turismo, declinante, e a ajuda de países como o Irã, a Rússia e a China. “Para reconstruir o país, seriam necessários US$ 60 bilhões”, diz Jaime Suchlicki, diretor do Iccas.

Mausoléu em Santa Clara, onde estariam os restos de Guevara
Fidel e Raúl Castro hoje lutam contra os limites biológicos. O primeiro tem 80 anos e o segundo já está com 76. Em Cuba, há até quem aposte que Raúl morrerá primeiro. Outros prevêem que os irmãos irão transferir o poder para uma liderança militar ou para o civil Carlos Lage, que conduz a economia cubana. Che, no entanto, pertence a outra galeria de homens. É um mito que, apesar da face cruel, resiste ao tempo e ainda simboliza uma certa utopia latino-americana. Em 1955, ao se juntar a Fidel, ele escreveu uma carta aos pais, citando versos do poeta turco Nazim Hikmet. “A partir de agora, não considerem minha morte uma frustração. Se ao menos eu puder, como Hikmet, não levar à minha tumba apenas o tédio de um canto inacabado...” Sua vida, por certo, não foi tediosa. Mas agora, no entanto, ele começa a ser exumado.

POR: Leonardo Attuch

A marca Che Guevara

A marca Che Guevara é uma das mais valiosas do capitalismo moderno. Está estampada em milhões de camisetas, bonés, bandanas, ímãs de geladeira e – mais importante do que isso – permanece viva no ideário de milhões de jovens sonhadores. “Eles não conhecem nada sobre o verdadeiro Che”, lamenta Felix, que também participou da fracassada tentativa de derrubar o regime castrista em 1961, na invasão da Baía dos Porcos, com a Brigada 2506. “Foi uma das figuras mais cruéis que o século XX produziu.” Uma das histórias que Felix jamais esqueceu é a de um adolescente que havia pichado um muro em Havana com os dizeres “Abajo Fidel”. Dias depois, ele foi sentenciado à morte e sua mãe procurou Che, dizendo que o filho jamais repetiria tal ofensa. Era uma segunda-feira e a execução aconteceria quatro dias depois. O guerrilheiro, que àquela época era o segundo homem mais forte na hierarquia cubana, ouviu pacientemente os argumentos. A mãe, por instantes, pensou ter salvo a vida de seu filho. Foi então que Che se dirigiu a um oficial e disse: “Matem-no hoje para que esta mãe não tenha que esperar até sexta-feira.”