sábado, 26 de fevereiro de 2011

Psicologia e tanatologia



Etmologicamente, a palavra Tanatologia origina-se do grego Thanatos (figura da mitologia grega que representa a morte) e Logia (do grego Logos: estudo, ciência). Portanto, o significado literal seria o “estudo da morte”. Todavia, ampliaram-se os campos deste estudo. Vários estudiosos redefiniram a Tanatologia: Kastenbaum e Aisenberg (1983) – ciência que estuda os processos emocionais e psicológicos que envolvem as reações às perdas, ao luto e à morte -, similar ao de Kolinsk (2007) – ciência que estuda o fenômeno da morte, bem como os processos que envolvem as reações à morte, ao morrer, luto e perdas -, avançando até o conceito de Biotanatologia, de Evaldo D`Assumpção (2005) - ciência que estuda a vida através da ótica da morte.

Perdas são fenômenos que ocorrem inúmeras vezes ao longo da vida de cada indivíduo, não necessariamente ligados à morte física, costumam despertar sensações de angústia, medo e solidão, análogas à morte, e contém em seu bojo sofrimento, dor e tristeza. Podem vir por separação, perda de emprego ou aposentadoria, nas mudanças de fases do desenvolvimento da pessoa, outras mudanças (de residência, de cidade ou país, de escola, etc.) e nas escolhas – quando se faz uma escolha, se perde outra possibilidade. A maneira de reagirmos às perdas é influenciada por vários fatores como: faixa etária, desenvolvimento cognitivo e emocional, as circunstâncias da perda, dinâmica familiar, cultura e fatores sociais (KOLINSKI, 2007).

Luto é um processo inerente a uma perda: toda perda significativa pressupõe o luto, um processo que visa retirar a energia fixada no objeto perdido e redirecionada para outro objeto (FREUD, 1917, apud ESCUDEIRO, 2007). Envolve uma sucessão de quadros clínicos que se mesclam e se substituem; têm impacto sobre o indivíduo e a família, muitas vezes a longo prazo. Esse impacto necessita ser adequadamente avaliado, para que sejam identificadas as medidas de intervenção que serão propostas (PARKES, 1998).

O luto pressupõe fases, segundo Bowlby (2004): Entorpecimento, Anseio e busca da figura perdida, Desorganização e desespero e Reorganização. Pressupõe tarefas, segundo Worden (1998): Aceitar a realidade da perda, Elaborar a dor da perda, Ajustar-se ao ambiente, Reposicionar emocionalmente a pessoa falecida e continuar a vida.

Os cuidados paliativos constituem um campo interdisciplinar de cuidados totais, ativos e integrais, dispensados aos pacientes com doenças avançadas e em fase terminal (SAUNDERS, 1990, apud FLORIANE e SCHRAMM, 2004); visam oferecer um modo de morrer que acolha o paciente, seu cuidador e sua família, dando-lhes amparo para enfrentar este momento difícil de suas vidas, amparo este, estendido até a fase de luto.

A comunicação de notícias ruins é uma das tarefas mais difíceis encontrada pelos profissionais de saúde. Requer tempo disponível adequado, sensibilidade e privacidade. É uma arte! Algumas técnicas são recomendadas, como evitar dar uma má notícia para uma pessoa de pé, usar linguagem acessível, dar o direito ao paciente de saber as suas condições, entre outras.

dica:
O livro a Arte de Morrer (Volume I e II) publicado este ano, organizado pelo Dr. Franklin Santana Santos com parceria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, se consagra entre outras coisas por ser o maior livro sobre Tanatologia do mundo. Ele abrange as mais variadas discussões sobre a morte que incluí perspectivas médicas, psicológicas, psicanalíticas, filosóficas, literárias, midiáticas, sociológicas, teológicas, entre outras.


Relação necropsistas e funeraria
Perigo da corrupção:

ML afasta dois funcionários suspeitos de receber propina de funerárias

O Instituto Médico Legal do Paraná afastou dois funcionários que trabalhavam na sede em Curitiba suspeitos de envolvimento com um esquema de corrupção com funerárias. Um inquérito para apurar as irregularidades será aberto pelo Núcleo de Repressão aos Crimes Econômicos (Nurce), que já investiga outros casos de crimes cometidos por funcionários do IML.
O afastamento dos funcionários ocorreu na tarde da última sexta-feira (27). A Secretaria da Segurança Pública recebeu denúncias anônimas de que funcionários do órgão estariam recebendo propina para indicar funerárias a parentes de mortos. As denúncias foram repassadas ao interventor, coronel Almir Porcides, que determinou o imediato afastamento dos dois suspeitos. Os nomes não serão revelados até que fique comprovada a participação deles no esquema de corrupção.

O coordenador estadual do Nurce, delegado Robson Barreto, informou que na segunda-feira (2) deverá instaurar inquérito para apurar o envolvimento de funcionários do IML com funerárias em um esquema de propina para liberação de corpos sem a necessidade das empresas participarem de um rodízio pré-estabelecido. “As investigações continuam para apurar outros casos e quais os funcionários e entidades envolvidas em irregularidades dentro do IML. O objetivo é descobrir e punir todos os responsáveis”, disse o delegado.

Desde que aconteceu a intervenção, sempre que existe suspeita de qualquer irregularidade no IML, imediatamente o caso é repassado para apuração da Polícia Civil. Ao mesmo tempo, os envolvidos são afastados até o final das investigações.

Em maio de 2008, a “Operação Ressurreição I” levou à prisão de Mércio Eliano Barbosa, sua irmã Daiana Barbosa, do seu amigo Cristian Jean Jose de Andrade e do papiloscopista do IML João Alcione Cavalli. Eles foram acusados de fraude para o recebimento de indenização ou valor de seguro, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Este trabalho da polícia desmontou o esquema que beneficiava Mércio - ele receberia um seguro feito nos Estados Unidos no valor de US$ 1,6 milhão.

Segundo a ABREDIF existe uma ética a ser seguida pelas funerarias. São normas comportamentais que andam junto com as ações legais.
(ABREDIF - Associação Brasileira de Empresas e Diretores Funerários)

A ABREDIF, coerente com as recomendações emanadas da FIAT/IFTA - Federação Internacional de Associações Tanatológicas, da ALPAR - Associação Latino Americana de Cemitérios Parques e Serviços Exequiais, bem como, da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor, tem a responsabilidade de instituir os princípios éticos e os decorrentes padrões de conduta profissional que validem a proficiência e confiabilidade do Diretor Funerário junto às instituições e à sociedade em geral;

Que, a fim de se zelar para que a ética, normas e padrões aqui adotadas sejam regularmente observadas, toda funerária deverá dispor em seus quadros de pelo menos um Diretor Funerário responsável, assim reconhecido e certificado pela ABREDIF, resolve,

Artigo 1° Instituir o Código de Ética e Auto-Regulamentação do Setor Funerário, que passa a adotar a sigla CEARF, sendo seu principal objetivo a regulamentação da atividade funerária em consonância com a legislação vigente e a obediência aos preceitos éticos e morais da sociedade, de forma a promover o desenvolvimento do setor, a valorização profissional e a busca do entendimento.

Observar em relação a funeraria e questionar a ética:
Artigo 10° Honestidade - Os serviços funerários devem ser oferecidos e realizados de forma a não se abusar da confiança, falta de experiência ou conhecimento da família, não beneficiando-se ainda da credulidade ou estado emocional do contratante. 

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